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Era uma farsa coberta de adágios,
Vestindo uma sedutora nudez descarada,
Disfarçava-se no limite persuadido dos contágios,
Que salgava a carne na cruz de pervertidos sufrágios,
Legitimando a sede aos utentes de putas sufragadas,
Em votos possuídos de cúmplices traições aprovadas,
Nos rumores impotentes de encornados plágios!...
As cabras pastavam na psicologia dos presságios,
E moldavam as tetas com o cio social de falso putedo,
Docência sujeitada pela necessidade de gratuitos estágios,
A seduzir bodes alienados envelhecidos em lautos naufrágios,
Outrora nautas reais que navegavam na juventude do folguedo,
Águas azuis do deus-dará que as putas guardavam em segredo,
Escondendo filhos sem pai afogados em deserdados apanágios!...
Oferecia-se vestida de fascínio a todos quantos a queriam,
Abria seu peito nu aos beijos em suas mamas fartas, a astuta,
Propunha fazer valer cada momento aos que não lhe resistiam,
Induzindo-lhes vestes nuas aos seus ávidos olhos que a despiam,
Enquanto vestia os olhos dela com a periferia da certeza absoluta,
Daqueles olhos vivos dedicados ao cuidado de uma vida arguta,
Vivaços olhares que aquela vida amava nos vivos que a fodiam,
Os mesmos que davam sua vida pelo amor à Vida, essa puta!...
Os oceanos são agora parte de um desespero mais extenso,
Há necessidades obrigatórias que se escondem no rosto,
Talvez vergonha descarada que navega no desgosto,
De ser obrigada a afogar seu orgulho imenso,
Na necessidade de salvar um futuro suspenso,
Ao qual foi o perdido bom senso da vida imposto!...
Ainda que a morte seja uma puta que nos fode,
É uma puta anónima que na vida nos consome,
Não deixa de ser uma viva puta sem nome,
Que só na Vida é fodida por quem pode!...
Se achas que a podes foder,
O mais certo é estares a ser fodido sem o saber!...
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