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Anjo negro,
Juiz novo,
Ergue-se lento,
Esmaga o ovo,
Escolhe e do além te chama,
Acusa-te de ser estorvo,
Culpa-te de ídolo sem fama!...
Anjo negro,
Juiz novo,
Ergue-se lento,
Cospe fogo,
Aponta o destino e o punho cerra,
Vagueia frio sem razão,
Pesado sem tocar o chão,
Por entre as rugas da terra;
Não rasteja,
Não voa,
Não voa,
Não reza…
Não perdoa!...
-Porquê?!...
Pensas tu com medo,
Sem veres que já não vês o mundo,
E ele diz: -Sou rei Jesus II (segundo)
Será este teu último segredo!...
Botas negras, duras, brilhantes,
Sandálias de pescador gastas,
Esquecidas,
Pó velho de novas castas,
Redenção,
Negação de raças distantes,
Revolta das batalhas perdidas,
Brilho de ódio-estrela,
Sombra sobre vidas,
Esquecidas,
Pó velho de novas castas,
Redenção,
Negação de raças distantes,
Revolta das batalhas perdidas,
Brilho de ódio-estrela,
Sombra sobre vidas,
Diamantes,
Novos milagres,
Voluntários suicidas!...
Qual peixe?!...
Qual Pão?!...
Milagres?!...
Não… belos monstros covardes!...
-Porquê?!...
Pensas tu com medo,
Sem veres que já não vês o mundo,
E ele diz: -Sou rei Jesus II (segundo)
Será este teu último segredo!...
Chuva que não molha,
Chuva que queima,
Miudinha,
Cevada que pinga no fumo que te olha,
Chagas profundas cobertas de morfina!...
Milagres?!...
Pão?!...
Rosas?!...
Vampiros alados!...
Adeus mariposas,
Adeus pelicanos,
Adeus cravos, trevos e mimosas,
Adeus amores perfeitos, adeus rosas,
Adeus cravos, trevos e mimosas,
Adeus amores perfeitos, adeus rosas,
Adeus cores e aromas de mil planos,
Adeus brancas pombas...
Adeus brancas pombas...
Saboreiem este cocktail de bombas!...
Adeus Humanos!...
Adeus Humanos!...
Milagre!...
Milagres novos,
Chocam outros ovos,
Aninhados bem lá no fundo,
E ele diz: -Sou rei Jesus II.
Fraco, encosta-se a ti,
Abre os olhos ao negro céu,
Olha tuas lágrimas nos olhos e sorri,
Baixa a cabeça, escorre-lhe o véu!...
Abraças aquele alívio profundo,
E dizes: -És rei Jesus II (segundo)
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