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Vejo na sépia do postal cinzento,
Vidraças estilhaçadas perdidas no tempo,
Vejo Pão fumegando, farinha e o fatigado moinho,
O Moer do trigo, milho e do centeio com delicado carinho,
Vejo o calor do fogo humano abafado em fornalhas de vento,
Dissipado fumo popular a fugir do cheiro a rosmaninho,
Vejo fogueiras varridas por alcatroeiros sem alento,
Pedras da calçada cobertas de esquecimento,
Vejo vizinhos a partir para longe do vizinho,
A recordação de um velho sozinho,
Nas cinzas de seu lamento!...
Sobre a fogueira esvoaçou uma saia rodada,
Rosmaninho ardia lento em calcinhas de renda,
Da sépia do tempo ainda ecoa uma gargalhada!...
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