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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Trapos...


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Velhas...
Muito envelhecidas por tanta cultura,
Palavras à condição sob tortura...
Velhas...
Sombras de palavras com muita ternura,
Luz emanada de seu viçoso epicentro,
Carne viçosa dos jovens corpos velhacos,
Muito jovens por fora de seus interiores fracos...
Velhas...
Por dentro,
Onde se rasga um coração de trapos,
Resto que de resto se mistura,
Com a graxa que tece desejos opacos,
Brilhando por fora...
Velhas...
Jovens palavras de outrora,
Tecidos intactos os cacos,
Partidos na chegada do medo da hora,
Que se vai rasgando na demora...
Velhas...
Pesadas nos estilos antigos da figura,
Figura de estilo na metáfora de quem atura,
O declínio da sapiência,
O saber das palavras de boa aparência...
Velhas...
Com amargura,
No atrito do discurso em decadência,
O amargo sabor da velha doçura,
O regresso revoltado à inocência,
De difusos vultos...
Velhas...
Palavras vestidas com andrajos consternados,
Farrapos caídos do tecido dos corpos cultos,
Tenros corações que restam...
                                                                       esfarrapados!...

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