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segunda-feira, 25 de abril de 2011

25.ABR.74-Lesa-pátria


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Onde está o Pão prometido?...
Nos bolsos virados do avesso escasseiam as migalhas,
Restos da grande broa bem à vista no bandulho da cultura,
Gorda revolução doutorada de Abril vencedora de mil batalhas,
Até estiveram presos, os coitados, santos mártires da ditadura!...
Quem dá mais pelo registo de uma falsa prisão e tortura?...
Querem melhor símbolo de patriotismo com castigo?!...

Onde está o Pão prometido?...
Os advogados prometeram transformar os cravos em Pão de fartura,
Empanturrando a ignorância com estrangeiro Pão fresquinho da fornalha,
Só faltava a televisão conveniente e a imprensa que ao poder não falha,
Mas depressa se arranjaram abraços entre a autoridade e a ternura,
E das diferentes ideologias extremas nasceram golpes de cintura,
Porque o ouro bem guardado seria prémio vitalício da batalha,
Ora, como a ração é de quem a come e não de quem a talha,
Aqui temos um Portugal de heróis mórbidos de gordura,
Enquanto o Povo definha por esta história de canalha!...

Onde está o Pão prometido?...
Mais de trinta anos de filhos e enteados,
Governados por sucessão,
Bem seguros pela força da Social Comunicação,
Ao serviço dos desejos sagrados,
No regime dos prosélitos apoiados,
Porque interessa é lembrar o regime antigo,
Continuando a prometer o Pão prometido,
Nem que seja em versos por desertores versados,
Como tantos outros à mentira de um passado poupados!...

Onde está o Portugal que nos prometeram?...
Na pança daqueles que a carne do Povo comeram,
Ou nos bolsos dos mesmos, forrados com o ouro do ditador inimigo,
O mesmo que lhes justificou o abrigo,
Nos palácios oficiais, provando a História que não mereceram?...
Hei, grandes heróis que os carneiros elegeram,
Onde está o Pão prometido?!...

Foi este o 25 de Abril que nasceu para salvar Portugal,
Ou apenas serviu para engordar estes doutos senhores?!...
Os mesmos justiceiros heróis que o País devia levar a Tribunal,
Por serem pais da Democracia prostituída que pariu tais estupores?!...

Hei, onde está a igualdade prometida,
Neste Portugal de Justiça falida?...
Sim, ó gordo ladrão, falo contigo:
-Onde está o Pão prometido?...
Quando vais devolver-nos a Vida?...
Pois é, perdeste o teu Portugal antigo,
Deixaste o Portugal moderno sem abrigo,
E, por tão Lesa-pátria, uma dívida suicida!...

Diz-me, amigo…
Onde está o Pão prometido?...
Talvez no luto de uma luta perdida,
Conquistado a um Povo vencido,
Que chora a Igualdade prometida,
Na promessa previamente urdida,
E quebrada a um Povo perdido!...

Por caridade, amigo, diz-me:
-Onde está o Pão prometido?!...

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