tag:blogger.com,1999:blog-3218767928363335204.post7489423418026528526..comments2023-06-18T15:37:33.004+01:00Comments on d'Alma...: Elo dos OráculosA.http://www.blogger.com/profile/12292412346334774812noreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-3218767928363335204.post-61234456179014641222011-09-09T18:32:05.991+01:002011-09-09T18:32:05.991+01:00O poema “Elo dos Oráculos” é, ao mesmo tempo, crít...O poema “Elo dos Oráculos” é, ao mesmo tempo, crítica e alerta à sociedade, ou ao meio, que, cegos às carências, deixam-se envolver por oportunistas que se aproveitam da ingenuidade e da boa vontade alheia. Desfazendo a imagem confortável que o senso comum numa rede de intrigas repousa sua consciência, a poesia d’Alma mantém sua principal característica que é a de ser voz, olhos e ouvidos daqueles que, por ignorância ou inocência, não conseguem distinguir a realidade da ficção, ou o mau caráter do bom caráter.<br /><br />A tensão proveniente dos versos é capaz de abalar qualquer razão, é preciso serenar e ler o poema dando ao pensamento uma pausa para olhar o entorno poético sem permitir que o amargor de um estigma, ou de uma experiência pessoal, interfira no seu contexto. A vida segue seu curso natural [“Esvoaçavam esbeltas as mariposas em sua beleza,”] até o primeiro impasse, ou a carência, movida por uma perspectiva de sofrimento e dor [“Radiante a borboleta agora de toda a cor de luz apagada,”] se manifestar e ceder lugar para o oportunista se apresentar [“Sorte desmaiada no sortilégio de um dramático enredo!...”], usufruindo do seu poder de persuasão e convencimento adquiridos de forma ilícita, como magia ou jogos de adivinhas, sem nenhuma preocupação com a ética [“Comem-se uns gatos pardos por cio de lebres extintas, / Lêem-te mentiras verdadeiras para que por ti não mintas,”] e servindo-se da ingenuidade sobre a fragilidade alheia [“Senhores e senhoras das predições e outros folclores, / Que vendem rédeas soltas ao freio pouco inteligente!...”]. <br /><br />Entre o sono e o despertar existe um espaço para os sonhos [“Quebram-se elos seguros de mau-olhado, / Os mesmos elos onde os sonhos preguiçavam,”]. O excesso de solidão e a carência afetiva são fatores que contribuem decisivamente para o distanciamento da realidade, favorecendo a fantasia e a imaginação. Mas é no despertar é que a realidade reside. É preciso reconhecer, como num jogo de sorte e de azar, se a premonição for concretizada [“Previsto acaso das coincidências que aguardavam!...”], como coincidência. O predomínio da ilusão [“Regressaram mais santificados oráculos,”] em detrimento da realidade deve ser vigiado [“Na oportunista clareza óbvia do óbvio gizado,”] porque a oportunidade continua sendo um forte aliado dos oportunistas [“Palavras melodiosas de admiráveis cavernáculos!...”].<br /><br />Não se adivinha a vida, nem a poesia. Mas temos a obrigação de distinguir verdadeiros elos de pseudo-elos [“Afinal, na bola de cristal comandam os mosquitos, / Confundidos com cordas de articulados homenzitos!...”] e acordar pesadelos antes que eles se transformem em realidades. Ainda que seja pela poesia. Ou, pelo menos com a poesia [d'alma].<br /><br /><br />¬Teresa Alveshttps://www.blogger.com/profile/11334482681578075359noreply@blogger.com