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sábado, 7 de janeiro de 2017

Morder a Língua

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Que nunca a minha língua se tolha,
Meus dentes nunca deixem de a morder,
Quando o veneno, -ai, que Deus me faça a folha,
-Se verta sobre a brancura limpa da  minha escolha,
Pois, -bem vindo és, ó meu desejo triste de morrer,
     Antes que, pela morte do que sou, eu deixe de o ser!...

Quiz o diabo que meus dentes caíssem,
Um a um, desiludidos após mais uma desilusão,
Quiseram os homens que as verdades não vissem,
Um a um, venderam-se à eterna mentira por omissão,
Quando descobriram que padecia de eternidade, o coração,
E como se, enquanto homens, como homens não  existissem,
    Condenaram sua Alma à própria consciência em extinção!...

Procuro o único antídoto no que resta da humanidade,
Pressinto-O na réstia que ilumina a esperança dos filhos seus,
Mas, entre os seus filhos iguais, é tão abismal a desigualdade,
Que as guerras por coisa nenhuma são uma necessidade,
    Talvez (mordo minha língua) um descuido de Deus!...


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quarta-feira, 6 de julho de 2016

Brinde Suicida

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Na essência da vida,
O não riscar a Vida da essência,
É o melhor risco à alma prometida,
Quando a promessa é cumprida,
   Pela paz da consciência!...

Brinde-se à vida calhorda,
Aperte-se, de um só golpe, a gravata,
No velho poço há a tentativa que recorda,
Que a água mais limpa não mata;
Não se desista, ainda,
Cuidado ou o nó corredio se desata,
Beba-se o doce veneno da morte mais linda,
Baixem-se os braços à puta da vida tão ingrata,
    E, finalmente, é com desalento que se brinda!...

“Meu descorçoado amigo suicida,
Que vives com a corda ao pescoço,
Serve-te dessa corda sem alvoroço,
Bebe um trago de missão cumprida,
Afogada na escuridão de um poço,
   E brinda à morte conseguida!...

Bebe o veneno de um só trago,
Que nem uma gota seja perdida,
      E todo o teu desamor será pago!…”


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