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sábado, 8 de março de 2014

Aspirando...


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Vejo-me no chão e no ar,
Pairo sobre o retorno de ficar só,
Ténue de mim desta frágil vida a levitar,
Leve, leve…leve a luz que me ilumina o pensar,
Vejo-me ínfima partícula respirada num universo de pó,
    Sou aspirador aspirado com pouco ou nada do muito a aspirar!...

Sou tão terra quanto a minha certeza de ser o retorno à poeira,
Sigo os borbotos sobre as falsas tábuas de flutuante soalho,
Há tufos de lã que aspiram ir além da pata da cadeira,
Sinto-me que aspiro algo e sento-me à sua beira,
Cai levemente um fio do meu cabelo grisalho,
Aspiro a ideia de ser um velho carvalho,
  Aspiro o cabelo e a cinza da lareira!...

Arrasto palavras acumuladas,
Junto-as sem cuidado a um canto,
Formam-se frases para meu espanto,
Imperfeitas com aspirações desinspiradas,
Varro do pensamento ideias desfragmentadas,
Aspiro novos fragmentos que levitam por encanto,
Sem borbotos atraídos por sujas palavras empoeiradas,
São todas elas parte de um tema,
Aspirações e inspirações aspiradas,
   São aspirador que aspira ser Poema!...
    

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