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segunda-feira, 4 de maio de 2015

Soneto à Portuguesa (Soneto às Putas Honradas)

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Muitas mulheres honradas,
Que sempre desejaram ser putas,
Morreram de desejo, coitadas,
    Com as saias muito curtas!...

Nunca desejaram ser fodidas,
E não sabem se alguém as fodeu,
Foderam a honra de muitas vidas,
   E o homem que filhos lhes deu!...

Anoitecem putas sem o saber,
Dentro delas, amanhecem por fora,
 Sem nunca chegarem a amanhecer;

São, de todos os dias, a aurora,
Putas como sempre quiseram ser,
    As amanhecidas putas, d’agora!...
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