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segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

À Distância de Nós

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Tão próximos de nos aproximar,
Pela distância a que nos entregamos,
Por estar mais perto não nos esforçamos,
A desculpa das palavras tomou nosso lugar,
Já não sentimos o amor de onde devíamos estar,
Quem nos ama espera por nós, mas não chegamos,
Nem lhes damos um sentido abraço e logo nos vamos,
Procuramos na maior distância o sentido de abraçar!...
   
Somos apenas o vazios das palavras do que nos resta,
Somos o resumo do nosso texto por todos partilhado,
Somos um resto de nós resumido,
Somos o livro em branco mal lido,
Somos a distância que nada nos dá e nada nos empresta,
Somos palavras de um livro do humano juízo esvaziado,
Somos desumanos sempre tristes e sempre em festa,
Somos o próximo que se aproxima do que detesta,
Somos matéria em movimento sem significado,
Somos o livro que todos lêem e não presta,
Somos palavras de um livro apressado,
Somos… nosso vómito engolido,
Somos o que podíamos ter sido,
O que passou sem passado,
      Sem ter-se apercebido!...

Tão distantes estamos de um abraço,
São tantos os abraços dados por dar,
É o grato amor  um bem tão escasso,
    E desse amor tantos falam por falar!...


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domingo, 1 de maio de 2016

Incomparável

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Beijam, diamantes, o ouro do diadema,
Beijam-se as pedras preciosas também,
Nenhuma palavra é de riqueza suprema,
Rica é a palavra que todo o amor contém,
A poesia engrandece-se de tão pequena,
Todos os versos de amor num só poema,
    Toda a riqueza numa só palavra… Mãe!...

Poderia comparar-te à mais bela flor,
Queria falar de toda a tua beleza,
Falar de ti é falar de amor,
E toda a pureza,
Que flor alguma tem,
És a mais cândida certeza,
Do amor que sabes dar tão bem,
Nossa indiferença é a tua única dor,
Teu único sofrimento é a nossa frieza,
Somos filhas de quem um filha única tem,
Filhas tão tuas e de mais ninguém,
Proteges-nos com fervor,
    Com teu amor de Mãe!...

Mas, somos tão filhos da mãe,
Tão filhos da mãe que não nos criou,
Nossos filhos, de nós, ficam tão aquém,
Criamos nossos filhos que se criam com desdém,
     E os filhos que devíamos ter sido, a ingratidão nos levou!...

Hoje, sou Mãe,
Fui filha e filha sempre serei,
Sou uma filha do amor, também,
    Meu amor que de ti pouco sei!...
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quarta-feira, 20 de março de 2013

Reciprocidade

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É tão cómodo dizer bem,
Dizer bem até do que está mal,
É tão fácil não dizer mal de ninguém,
Oferecer mentiras perfumadas a alguém,
E agradecer os aromas de mentira igual,
    Por dizerem bem do nosso mal também!...

Ser fraco protegido é tão agradável,
Juntar todas as nossas palavras amáveis,
Contra a palavra da razão desagradável,
Que desconsola a mentira tão amável,
    Com verdades tão desagradáveis!...

Queridas, as palavras moucas,
Desprezadas pelo que sentem,
São beijadas por mentiras loucas,
Apoucadas por palavras poucas,
    Lindas, as palavras que mentem!...
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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Lágrima!...

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Perto do sol que arrefecia,
Esgueirando-se do pôr do olhar,
Pelo desencanto dos olhos escorria,
Uma pequena lágrima que de tanto cintilar,
Teimava em fazer olhos apagados brilhar,
Escondidos na noite triste que sentia,
Algum amor que neles se erguia,
      Longe do desejo de amar!...
E ali ficava um corpo a arrefecer,
Gelando a esperança nas veias entristecidas,
Esvaziado de sua longínqua vontade de desejar,
Sem a vontade de encher-se com o desejo de viver,
Ali nos braços das más recordações consentidas,
Ao abandono das horas felizes esquecidas,
    Que amor algum deixaria esquecer!...
E ali se punha o sol sem aquecer,
Lançando raios de uma sedução cintilante,
Sobre a pequena lágrima em deslize periclitante,
Já muito perto de cílios vencidos pela indiferença;
E o raio dos raios sedutores,
Sementes de tão ofuscada descrença,
Na certeza de terem desferido a derradeira sentença,
Afastaram-se em suas vestes de sombra triunfante,
Alheios à sombra da mais silenciosa das dores,
E do grito sem destino engolido à nascença,
Para ser grito de gritos libertadores,
      Mas sempre tristes!...
E ali ficaram os olhos caídos,
Entregues à Vida de uma lágrima resistente,
Tão lágrima de uma vida desistente,
Ingénua de puros sentidos,
E do sentimento doente,
   Que não chora pelos vencidos!...
     E venceu!!!...
Quando se deixou cair,
Nos lábios já do beijo esquecidos,
Foi beijada por desejos sequiosos,
E outros desejos a reluzir,
Reanimados e luminosos,
Um novo olhar posto no porvir,
que graças à graça de intenso sentir,
   Por uma pequena lágrima foram renascidos!...



Peço a Deus,
Que perdoe pecados meus,
Que te seja lágrima de olhos em mim,
Perdão me concedido aos olhos teus,
 E que para sempre nos olhe assim,
Com a Esperança até ao fim,
    No perdão em olhos Seus!...
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