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domingo, 23 de novembro de 2014

As Abelhas


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Abelhas rastejam até onde podem,
A fome alastra até onde a obrigam a ir,
Tristes e tristeza perderam-se no pó do sorrir,
Não pensam como é que os mortos se sacodem,
Nem se haverá alguma salvação que os possa sacudir,
Caídas, as leves asas sem pólen não os podem acudir,
Há novas semente nos cemitérios em desordem,
E antes do voo da morte que esteja para vir,
     Amam-se venenos que a vida acodem!...

O voo livre das abelhas foi censurado,
O sorriso das abelhas foi alvo de censura,
Vendem-se sorrisos aos crimes de Estado,
Os estados pagam com asas de ditadura,
Talvez algumas abelhas tenham voado,
E com elas, suas livres asas levado,
Talvez voltem com doce bravura,
O voo do mal nem sempre dura,
Talvez o mel esteja guardado,
     No cheiro da flor mais segura!...

*

Uma abelha trabalha entretida,
Prova néctares de flor em flor,
Apresenta o Sol a uma formiga,
Dá-lhe calor onde ela se abriga,
E a luz meiga do seu esplendor,
É a Natureza perfeita do Amor,
    Nas asas de uma abelha amiga!...
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quarta-feira, 5 de junho de 2013

Cancro


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Meu cancro e eu,
Inseparável inimigo,
Em mim e só meu,
  Aconteceu!...
Sempre comigo,
Leva-me consigo,
Sou alimento que é seu,
Sou seu abrigo,
Alento que arrefeceu,
Quase jazigo,
Quase morreu,
   Meu cancro amigo!...

Quase morri,
Quase vivi,
Medo de viver,
Vida que não vi,
Medo de morrer,
Inesperado castigo,
Medo de ver,
Descuido sentido,
Fizeste a vida crescer,
    Meu cancro amigo!...

Vive cem anos em mim,
Teu escravo eu serei,
Serei teu bondoso rei,
Para que não sejas ruim,
E contigo viverei,
   Nossa vida sem fim!...

Um cancro achou-se indigno,
Não merecia alimentar-se da maldade,
Sabia ser um destino demasiado benigno,
Para corações tão ausentes de bondade,
Sua força crescia na doente verdade,
     Morreu triste o cancro maligno!... 
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