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segunda-feira, 12 de outubro de 2015

O Egoísta

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Todos o olhavam com desdém,
Viam nele o que neles não viam,
O egoísmo de o ter quem o tem,
Reflexo que nos olhos se retém,
E para lá dos olhos não sentiam,
Irreflexo que da alma escondiam,
Escondendo espelhos de alguém,
    Que revelasse como eles seriam!...

Olhavam-no através do embaço,
Ele que neles não encontravam,
Causava-lhes sentido embaraço,
Não sentir-lhe qualquer cansaço,
De ser o egoísta que acusavam,
Era o egoísmo que desprezavam,
 O dele, que crescia a cada passo,
   Ao passo que o deles decrescia!...

Viam sorrir aquele feliz egoísta,
Como quem sorri por não o ser,
Viam-no e viam um optimista,
Olhares ao alcance da sua vista,
Que por nada se coíbe de ver,
Viam-no sem querer parecer,
E ele era-o, simples e altruísta,
    Como tem tudo para oferecer!...

Era ele de um egoísmo tamanho,
Que jamais quis saber do que era seu,
Nada deu a si mesmo e de tudo a todos deu,
Há pão e sorrisos, dados por esse egoísta estranho,
E o mundo continua a ver nele o que dele tudo recebeu,
Nada se perderia da dádiva e mais se ganharia do que mereceu,
   Sempre se soubesse que se tudo se desse tudo se teria ganho!...
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