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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Restauração

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...depois da euforia do fado alegre desumanizado,
Oferecido às mudas vozes do mundo em degradação,
Fecha-se a voz de Portugal num apodrecido caixão,
Que por um Abril coveiro ao país foi emprestado,
Com usurários juros sem margem de perdão,
E lá vem o Povo por políticos crucificado,
Por cada empréstimo mais curvado,
Até já não poder sentir o chão,
Sem saber se vai ser enterrado,
No mesmo lugar do coração,
Deste Povo desorientado!...

Definha a voz traída,
Rendida à ditadura da coerência,
Morreu a restaurada independência,
De todo um orgulho histórico esvaída,
Atraiçoada Alma que foi vendida,
Sem precaução nem advertência,
Deixando que fosse permitida,
A censura à memória colectiva!...

Permitam-me uma lágrima independente,
Não se importem com a página que de nossa História foi arrancada,
Deixem-me comigo mesmo ser todo por mim coerente,
Ainda que a Alma nobre deste Povo e Nação valente,
Tenha sido por vis bestas de Abril profanada,
Pressentindo-se um desalmar iminente!...

Mais páginas cairão,
Do livro onde o sangue há-de escorrer,
Muitas páginas ensanguentadas irão morrer,
Para que um dia seja lavrada no coração,
A restauração do sempre povo no poder,
Grito de independência desta Nação!...

Entretanto...
Neste frio Outono,
Cresce lento um triste manto,
Sobre o lamento de um lento canto,
Abrigado na tua voz sem dono!...

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