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domingo, 25 de março de 2012

Notas Madrastas

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Aquela nota madrasta,
Que por ti se atrai e arrasta,
Lavra branca se filhos em linha,
Cinco linhas de um olhar que basta,
Alegro marialva que de fininho definha,
Ressuscitando cada alma de nota sozinha,
Libertino Triste que de ti se afasta!...

Rouxinol de papel em poiso de pentagrama,
Solta o pio escondido que cresce de mansinho,
Trovão de elevada ode afogada no silêncio da lama,
Substituída arte por parte da arte da mais triste  fama,
Encenada no canto lírico de um tonto poeta sozinho,
Eloquente trinado falso de manhoso comezinho,
A ondular com doçura no enredo do drama,
Como notas falsas soltadas em desalinho,
  Falsa voz que o canto roubado clama!...

Enteados geniais esbatidos na vaidade,
Esganiçam uns falsetes de opereta fugaz,
O piano mudo levanta a voz à voz que jaz,
Afonia dos débeis tenores de sorte finada,
    Por eles é nobre arte pela arte desprezada!...

Poalha de ouro em notas de poalha,
Leve poalha que baila em poalha de Si,
Áudio poluto de silenciosa poluta gralha,
O maior doído em queda nota de Mi,
Força o farfalho do que fraco se falha,
No Sol que denota notas de fado putedo,
Melodia escrava de chulo pó traiçoeiro,
Desvanece-se ao relento pelo nevoeiro,
Marcha à na rameira pauta do enredo,
    Tão misteriosa que por semeou o medo!...

Aquela nota madrasta,
Espreitando da noite que a toca,
É nota já envergonhada e gasta,
Composição de nota pura e casta,
   Alegro triste que seus filhos invoca!...
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