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quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

ABC-Insoletrável



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Triste!...
Em vez do ABC,
Este inteligente PC,
Que tudo sabe por mim,
Palavra triste do meu fim,
Insoletrável para quem a lê!...
 Triste...
Eu ser usado para escrever,
Vazio de gramática e sem caligrafia,
Feliz analfabeto a quem dizem o que ler,
Bem escrevendo palavras feitas sem o saber,
Denominador comum de escusada ortografia,
Sem memória das velhas palavras que lia,
Sobre palavras em vias de entristecer,
Nem pronome nem sujeito em teoria,
   Impraticável conjugação do verbo aprender!...

Triste!...
Triste o autómato escravizado,
A tristeza da tinta e do papel censurado,
As palavras que não te direi quando se apagar a voz,
Ai, se apagar-se a luz à nossa volta, apaga-se em nós,
Extingue-se o nosso nome nunca soletrado,
  Morrem as palavras e ficamos tão sós!...
   Ai, tão obscuro o saber oculto na escuridão!...
Ó iluminados deuses da iluminância concedida,
Dais a luz que a luz nos roubas sem nossa permissão,
Não há no desligado computador os gritos da revolução,
    Apagaram-se as palavras escritas na velha escrita esquecida!...

Triste!...
Triste!...
  Pudesse eu dizer!...
 Triste!...
   Soubesse eu escrever,
   Soubesse eu amanhecer,
     A Palavra da noite... 
  Triste!...
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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Caligrafia

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As letras do alfabeto brincavam divertidas,
Com a arte das canetas que as escreviam,
O metal da pena era quem primeiro as liam,
E elas vestidas de nanquim para serem lidas,
De mãos dadas com restantes letras amigas,
Faziam-se palavras que da tinta escorriam!...

Agora que os analfabetos já sabem ler,
A personalidade é uma indistinta caligrafia,
Dos professores que pouco sabem escrever,
Confundem-se com ignaros erros na ortografia,
Absorvidos pelo mata-borrão de triste dislexia,
Manchado na mancha que mancha o saber!...

As letras são agora abatidas,
Por um acordo mal reciclado,
Juntam-se as palavras corrigidas,
Ao desconhecimento de ter errado,
E aqui temos mais um erro ignorado,
Pelo carácter de culturas perdidas!...

As canetas tristes secaram nas escolas,
Já não brincam com as letras empobrecidas,
Que com as pobres palavras vivem de esmolas!...
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