Mostrar mensagens com a etiqueta Abraço. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Abraço. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Braços caídos - Até ao Futuro

.
.
.

Em teus braços de verdes ramos,
Por tuas verdes folhas envolvidas,
Dormem cores de Outono caídas,
   No velho regaço dos verdes anos!...

O aconchego no ninho de inverno,
Calor da ternura, o afago do vento,
Sem o existir das horas e do tempo,
      Mais um dia, mais um abraço terno!...


Há milagres esperando os penitentes,
A negra esperança, o abraço nefando,
 De braços caídos em anos descrentes;

Inesperada luz que foi desmaiando,
Anoitecendo as auréolas inocentes,
    Pra trás da inocência foram ficando!...


.
.
.



segunda-feira, 13 de julho de 2015

Pais & Filhos


.
.
.
Os Pais não gostavam que seus filhos não os compreendessem como eles não os compreendiam!... Compreenderem-se era um exercício impossível, mas continuaria exercício compreensível, à luz do Amor natural que os coincidia numa série de afectos e ligações de sangue e havia sempre a possibilidade da herança da Alma. A carne era o que era, mais tatuagem, menos tatuagem ou tatuagem alguma que resultasse numa relação compreendida ou menos compreendida!... Era na incompreensão, já enraizada do tempo em que nossos pais não nos compreendiam, que compreendíamos a razão blindada de ambas as partes das gerações!... Os filhos sempre perceberam bem porque não são compreendidos, escondendo compreensíveis segredos que todos sabem e que todos sabemos, mas sempre em segredo!...
Um dia, o dia seguinte, é sempre tarde e o dia de ontem foi apenas o dia deles. Um dia só. O espaço, todo o espaço e a falta deles no seu próprio espaço e o espaço que faltava na única falha que os mantinha cheios de um ego translúcido, até ao peito, até ao olhar desconfiado, como se nós quiséssemos ocupar o espaço mais importante que nem eles conheciam, ainda que o pressentissem como um vazio bem protegido de qualquer ocupação, até que fosse ocupado pelo que tivesse de ser. Entretanto, seus olhares eram pequenos véus de fumo que de diluíam no ar de quem os olhasse. Talvez umas partículas muito transparentes, diluídas no desprezo adolescente deles, os jovens diluídos num curto espaço da sua própria natureza, a natureza de todos os que passaram e dos que haveriam de passar por esse traçado onde a luz está, algures, entre o que não se revela, o que custa revelar-se, e a impaciência da revelação descompassada, até à sua consumação imperceptível. Um dia, passaram muitos dia e, simplesmente, aconteceu,
Como se nunca houvesse acontecido,
E se juras houvesse do que houvesse sido,
Nenhum filho saberia explicar o que sofreu,
Sofrimento que deixaria qualquer um aturdido,
Se a consciência lhes mostrasse o que a vida lhes deu,
Não lhes dando o sofrimento que, deles, não fosse seu,
     Apenas dos filhos, apenas dos pais, sem o terem merecido,
Por inocência e sem a menor intenção,
De ferir aquele aconchego do coração,
Bem ninado naquele espaço tão reduzido,
E onde cabia a incomensurável sensação,
De abraçar um Amor sempre conseguido,
Até à desnecessidade de pedir perdão,
Porque, são mães e pais e são o que são,
Parte de um belo mundo incompreendido,
Que, por alguma nobre natureza da razão,
No-lo foi pedido,
E concedido,
Pelos filhos que parte de nós, nos dão!...
Não é justo!... Fazê-lo na perfeição, sem diferenças, exactamente como se houvesse uma escola que os formatasse e formatasse a nossa perspectiva das coisas, do comportamento único, do amor dado incondicionalmente sem nada querer em troca, para além de um pouco do que se dá… um pouco de amor!... Um pouquinho, só, de amor, esse pouquinho que é tanto quanto o que damos e sabemos que eles o têm para nos dar. Talvez, numa ocasião muito especial das nossas vidas em que precisamos mais dele. Um abraço, finalmente, um dia, num momento de felicidade que, se é deles, é nossa!...
 Às vezes somos fracos e, geralmente, somos todos fracos, sentimos uma fraqueza por um sentimento que não vemos manifestar-se nos outros e fraquejamos um pouco mais, escondendo o que sentimos, como se ninguém merecesse a nossa admiração, a nossa amizade, o nosso amor… o melhor de nós!... Somos uma armadilha de sentimentos vingativos em ebulição silenciosa dentro de nós, contra tudo e contra todos e, acima de tudo, que somos nós, contra nós mesmos; como adolescentes que olham, de soslaio, para o olhar do pai e da mãe, como se eles fossem a metáfora ultrapassada do que eles poderiam ser, se fossem como o que vêm em seus pais, esses seres estranhos que tanto amam em silêncio, o silêncio como única moeda de troca, a mesma moeda que os juros transformarão num grande tesouro, a partir de um dia!... Um dia seremos todos ricos, depois de sermos o que resta de um tesouro em plena manifestação de amizade, respeito e amor!...
Entretanto, os pais continuam a gostar dos seus filhos e as mães são uma fonte milagrosa, da qual nasce tudo que sacia uma família. A vida, antes de correr,
 Nasce de algumas lágrimas e escorre,
Pode uma lágrima mostrar-se antes de nascer,
Outra lágrima pode continuar depois de morrer,
Só o que não existe no coração, morre,
E é no coração que continua a viver!..




...Continua...

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

A Árvore Branca e o Abraço Branco da Neve


.
.
.

Eu era a única árvore branca do arvoredo,
Até à tranquilidade fria do dia em que nevou,
A frieza branca da neve, minha brancura levou,
Tanta é a brancura de gelo a gelar-me de medo,
Agora tudo é branco e já não sei o que sou!..

Vou desaparecendo e não me reconheço,
Sou envolvida no abraço frio deste manto,
Sinto-lhe o frio em meus braços e arrefeço,
É por tão serena brancura que eu escureço,
Sinto desvanecer-se meu olhar tão branco,
    E vendada pelo branco silêncio, adormeço!...

Depois, permite a brancura sonhar,
Sonhar que frescas lágrimas cintilantes,
Brilham ao longo do meu fresco despertar,
Derrete-se o manto branco ao sol a chegar,
Sou a única árvore branca como era antes,
     Feliz pela neve que volta para me abraçar!...
.
.
.



     

domingo, 7 de abril de 2013

Saber a mar!...


.
.
.



Aprendera a falar ao mar bravio,
Com as águas sossegadas do rio,
Confessa ao sal não saber a mar,
E ao sol o sabor de seu desvario,
Do sentir a felicidade a desaguar,
Nos olhos onde sabia encontrar,
     Um mar de amor sempre tardio!...

Há o saber a mar,
Dos rios enamorados,
Ansiosos por serem saboreados,
Pelas línguas salgadas do sabor amar,
Amor de doces lágrimas dadas a saborear,
Namoram por diferentes sabores separados,
   Até ao beijo tardio onde se vão encontrar!...

Ao entardecer, nos tardios lábios da foz,
Unem todos os desejos em segredo,
Num único sabor de estarem sós,
Prometem-se a uma só voz,
     E beijam-se sem medo!...
.
.
.
 


quinta-feira, 3 de maio de 2012

Até ao Regresso...



.
.
.

Da dor que ficou,
Da dor que partiu contigo,
É dor por inteiro que ficou comigo,
Repartindo-te por tudo aquilo que sou,
Dói tanto este vazio onde estou,
Dolorosa Saudade de abrigo,
    Feita do Amor que te dou!...

Nós queria-mos tanto proibir-te de partir,
Evitar que pela razão jamais nos deixasses,
Queria poder dar-te tudo para que ficasses,
E tudo que temos é a tristeza deste sentir,
Sempre na Esperança de vermo-nos sorrir,
Naquela certeza de que nunca duvidasses,
Da felicidade que sempre esteve no porvir,
     Para que todas as nossas lágrimas secasses!...

O nosso abraço,
É do tamanho da vida,
É o universo de uma Alma sentida!...
É este estreito e forte laço,
O nosso abraço,
Que ficou em nossa despedida!...
É esse teu corajoso passo,
Apartado do nosso regaço,
Que trilhando a Esperança prometida,
Te mostrará o grande valor da partida,
    E no regresso o valor de mais um abraço!...

Abraço,
    Meu Filho!...