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domingo, 25 de março de 2018

A Poda

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O esperar a natureza cuidar,
Pode ser o excerto da moda,
Já ninguém aprende a podar,
     Se não pode é vítima da poda!...

Dizem que podar, podemos,
Poder, até podemos poder,
Podam o que nós comemos,
   Podam-nos até nos comer!...

Tivessem as podas conseguido,
Podar um coração abandonado,
E todas as podas teriam podido;

E lá vai sendo o corpo podado,
Podado como nunca havia sido,
    Só depois do coração quebrado!...
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sexta-feira, 23 de junho de 2017

Fogo de Árvores ao Vento

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Todas as árvores do mundo de todos os montes mais altos,
Amantes do vento que todas as árvores, sem ciúmes, amava,
Murmuravam histórias de cinza que o vento quente soprava,
Falando da morte de todas as florestas em todos os planaltos,
E da respiração dos homens, queimada em inumanos assaltos,
Perpetrados por um assassino que seu próprio filho matava!...

Árvores, por breves momentos de luto, em agonia,
Entre brumas de traição e o inferno que as consumia,
Choravam lágrimas de cinza ao ver o seu amante, o vento,
Soprando o amor que transformava numa infernal ventania,
Daquele amante que, pelo amor de suas amantes sedento,
Continuava a amá-las tanto, quanto do fogo era o sustento,
  Sem compreender que, por tanto amor, ambos destruiria!...

Há um código gravado numa misteriosa linguagem, à parte,
Que o post-scriptun da NASA só induz aos públicos ladrões,
Descodifica a imortalidade no frio sem escrúpulos de Marte,
Conservando os genes intactos para escolhidas ressurreições,
Àqueles que destruíram planetas azuis e seus verdes pulmões,
   Exibindo seus crimes em ricas galerias, como a mais bela arte!...

Depósitos inflamáveis de comerciais intentos mesquinhos,
Trespassam a feição dos ventos que rasgam céus queimados,
E metáforas negras serrando veios nos anéis de valiosos pinhos,
Com fumo negro da energia renovada entre fogos cruzados,
Que assinam de cruz secretos contratos de olhos fechados,
Sobre rescaldos recortados no tição dos caminhos!...

Por todas as árvores inocentes do mundo,
Há mundos estranhos de gigantes ventoinhas,
Cobrindo os altos montes de um vazio profundo,
Despojados do seu respirar humano e fecundo;
Falam de mágicas varinhas,
Com poderes nobres de rainhas,
Mas são os reis de poder rotundo,
  Donos da morte das andorinhas!...

Há cada vez mais Primaveras de luto intenso,
Há ventos nascidos assim, para serem amantes,
Oferecendo verdes sopros de afagos estonteantes,
Às verdes árvores nos altos montes e ao contra senso,
Das ventoinhas, essas substituintes do arvoredo imenso,
Que fora amado pelo vento em todos os instantes!...
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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

A Árvore Branca e o Abraço Branco da Neve


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Eu era a única árvore branca do arvoredo,
Até à tranquilidade fria do dia em que nevou,
A frieza branca da neve, minha brancura levou,
Tanta é a brancura de gelo a gelar-me de medo,
Agora tudo é branco e já não sei o que sou!..

Vou desaparecendo e não me reconheço,
Sou envolvida no abraço frio deste manto,
Sinto-lhe o frio em meus braços e arrefeço,
É por tão serena brancura que eu escureço,
Sinto desvanecer-se meu olhar tão branco,
    E vendada pelo branco silêncio, adormeço!...

Depois, permite a brancura sonhar,
Sonhar que frescas lágrimas cintilantes,
Brilham ao longo do meu fresco despertar,
Derrete-se o manto branco ao sol a chegar,
Sou a única árvore branca como era antes,
     Feliz pela neve que volta para me abraçar!...
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sexta-feira, 14 de março de 2014

Flor dos Sonhos


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Prometeram-lhe a copa do mundo,
Não lhe disseram que começava do fundo,
Prelúdio dos espelhos que a esperam sem pressa,
Reflecte pecados inconfessos que o reflexo professa,
No espelho das horas vê-se em flor por um segundo,
E floresce…
Uma cerejeira diz-se a mais feliz pelo mar de flores,
Confessa à brisa o segredo da suavidade das cores,
A brisa suspira e cai uma pétala que a entristece,
Fita-se em seus brancos e logo se envaidece,
Achegados a si dormem sonhadores,
   E o sonho acontece!...
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segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Ser Folha...



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Ser aragem,
Ser inesperada,
Invulgar lufada,
Folha e folhagem,
Ser soprada,
Do ciclo da vida,
Para o ciclo da vida,
Ser a viagem,
  Sendo a despedida…
A Primavera esquecida,
Lembrada e triste,
Ser Outono que insiste,
Na memória das cores,
As cores e as árvores,
A matiz dos amores,
   Natureza transversal…
Ser o sopro natural
Ser folha,
Ser árvore que resiste,
Ser a própria vida,
Que mesmo caída,
     Da vida não desiste!...

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quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Custo da Altiva Vez

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-Sou folha da árvore que sou,
Folha que cai dentro de mim,
Sou árvore nua que me vou,
Desta terra mãe onde estou,
     Deixo minhas raízes sem fim!...

Sou o Ser de meu ser com raiz,
Ser de ser Árvore e ser o fruto,
Sou o tudo ser do ser que quis,
Ser como ser árvore e ser feliz,
     Sou em Vida o meu verde luto!...

Fui Raiz enterrada ainda viva,
A causa de vida à existência,
Fui-me tão única alternativa,
    À minha vida verde de diva!...

Na sombra de minha demência,
Fui jejum de minha penitência,
Alimentei a minha raiz sensitiva,
    Com seiva de minha clemência!...
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-Era uma árvore altiva,
Vivendo à sombra de sua altivez,
Não era, amigo arbusto?...
-Sim, arbusto amigo,
Concordo contigo;
Sem sol que iluminasse sua pequenez,
Sua vontade de ser não foi impeditiva,
De tombar por falta de lucidez!...
-Diz-me, amigo arbusto,
Qual o preço a pagar pela altivez?..
-Sem ter a certeza de ser justo,
Há uma relação, talvez,
Na distância entre a raiz e altiva vez,
Quando lá muito do alto... e do susto,
Não ver suas raízes e cair,
Por desmesurado subir,
     A qualquer custo!...
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