segunda-feira, 21 de julho de 2014

Adorável Tristeza Contínua


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Para ser feliz,
Só tinha todos os momentos de cada dia,
Achava que não merecia,
E foi por um triz,
Que em vez de ser o que quis,
Viveu triste como queria…
Deus estava-lhe cravado no sofrimento,
Jesus Cristo era um exemplo que a decorava,
Não tinha a certeza se era a sua morte que adorava,
Ou tristeza de viver a morte a cada momento,
E, abraçada ao seu tormento,
Ali ficava…
Rezando sobre duas chagas de joelho,
Dedicando suas lágrimas à água benzida,
Ao amargurado silêncio do seu espelho, 
   Que reflectia o triste rosto de sua vida!...
Mas as lágrimas, Senhor…
As lágrimas que não a deixavam ver!...
Era tanto o Amor,
A dedicação à dor,
O doloroso entardecer,
A languidez do louvor,
    O macilento amanhecer…
E, sem o saber,
A esperança e o temor,
Sempre à beira de enlouquecer,
 Com a fé na amargura do dia seguinte!...
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