segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Hábito Livre da Livre Rotina

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Sou de Rotinas,
Gosto de passar… e passo,
Pelo nunca onde sempre passei,
Faço-me no caminho que desfaço,
E faço o que desfiz quando cheguei;
Reconstruo partidas das quais partirei,
Livre dos pontos exactos de compasso,
Sem linhas que limitem o meu espaço,
E me prendam à periferia de uma lei,
Obriguem à constância do escasso,
    Curva inconstante do que sei!...
    Sou de hábitos e rotinas…
Dou por mim a ver-me passar,
No verde da mimosa já amarela de cor,
Revivo a sensação nova do revisitado estupor,
Imobilizo-me no sorriso dos lábios florescidos por amar,
E pinto o primeiro quadro que sempre pintei e volto a pintar,
    Único, da delicadeza de Primavera a florir no Inverno em flor!...
   Sou de rotinas…
Neste hábito de sentir nos compassos a incerteza a aflorar
Esquecidos dos círculos fechados incompletos por amor!...
    
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4 comentários:

  1. Não. Não vou comentar sobre o círculo iluminado que guarda a vogal de um Homem que escreve a história imprimindo Arte em tudo que toca. Também dispenso falar sobre a travessia, umas vezes solitária, outras não, dessa Poesia que tem como trilha rotas misteriosas e perigosas, e sonhos aparentemente distantes, mas sempre passíveis de, através da Arte, e em linha reta, florescer esperança, caminho, vida, alegria, e, decifrando o mistério que ali se oculta, se tornar Realidade.

    Mas escolho falar sobre a diversidade temática de “Hábito Livre da Livre Rotina” que circunscreve a rotina elegendo uma moldura que não complementa o círculo, porque compreende que a liberdade existe no uniVerso interior e no uniVerso exterior, e no intervalo, conhece a importância de agregar os dois mundos à serenidade da pausa. Ou do silêncio. Escolho falar sobre a Poesia de cada dia, do caminho e do caminhante que mesmo na contramão [“Curva inconstante do que sei!...”] chega ao seu objetivo [“Sou de hábitos e rotinas...”].

    E escolho, por fim, confessar meu amor pela Poesia d’Alma. Incondicional. Por tudo que ela revelou e se revelou. Na denúncia, ou na confissão, na acusação, e nunca pela defesa, na preservação do sigilo, violentando a palavra, ou o verso, ou servindo de alento, ou colo, ou reflexão, ou mesmo desamparo. Por tudo que ela me obrigou a sentir, a refletir, e a procurar.


    Boa semana.

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    1. Dito assim... como vocês dizem aí pelo Brasil, "Fico sem jeito"!...
      Pretendo buscar uma certa profundidade ao fundo de todos nós, onde eu me incluo; umas vezes consigo agarrar um pouco dessa profundidade, à qual a Poesia d'Alma se procura, mas, conhecer alguém que sente essa Poesia tão profundamente, deixa-me com poucas mais palavras para... novos Poemas!...


      Bem haja!...

      Abraço

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  2. Se as rotinas tiverem sempre esta imagética poética, também quero :)

    Muito bom.

    Beijo amigo

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  3. Bem tentamos
    recriar sombras repetidas
    e por vezes
    até parece que passamos com outros passos
    os mesmos caminhos

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