sábado, 21 de dezembro de 2013

Natividade Perseguida


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Ainda o Amor não nasceu,
Cada vez mais o perseguem,
Como se o estivessem a seguir,
Seguem-no com paciência de santo,
Decidem deixá-lo viver, por enquanto,
E, na perseguida esperança de o ver cair,
Deixam que braços imperiais o peguem,
     Braços de guerra onde o Amor morreu!...

As palavras oferecem esperança vã,
No vão da escada que sobe até ao céu da Fé,
Sob o peso do ouro que se faz num pesado talismã,
Desce a riqueza, à procura de mais riqueza no amanhã,
Da sobrançaria da montanha, a vertigem não deixa ver o sopé,
      Uma criança é salva para salvar o Homem e, por ele, morrerá, até!...

E lá vamos tropeçando na perseguição incessante da fútil prenda,
Queremos o ouro e o acesso à escada que ao céu, na terra, nos leve,
Não é em vão que vivemos nesse vão, sob as escadas sem emenda,
  Vãs, sãoas nossas dívidas à dúvida mais certa que nada nos deve!...
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3 comentários:

  1. Não creio
    mas acredito em quem crê
    Nesta desordem de cores nos jardins
    haja respeito pela diferença
    regras para os duelos de ideias
    sobretudo olhos nos olhos

    Tudo pelo melhor
    Abraço

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  2. Que neste Natal a magia da criança que fomos esteja presente nos nossos corações...que não seja apenas uma comemoração de um dia, mas que se prolonguem por todo o ano...unindo almas com o carinho de uma palavra...o calor de um abraço...a doçura de um sorriso.

    FELIZ NATAL junto de todos os que amas

    Um beijinho com carinho
    Sonhadora

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  3. Não é apenas sobre a Natividade que d’Alma está falando, mas de amor, de poesia e de humanidade, e da humanidade devastadoramente desumana. Do ouro que reluz e seduz, e que também cega, da hipocrisia da festa, ou da comemoração da Natividade que não vivencia a mensagem do Menino Jesus.

    E estou diante de um Poema consciente de que são suas nuvens densas, ou sombras, em seu fazer poético que não se revela nunca inteiramente, que é o tema de grande satisfação, e prazer, desta leitura. Um Poema que, construído com muitos degraus a serem alcançados, ‘embaçada visão’, permite que se pressinta seu significado, mas não de modo claro e evidente, antes por trás de uma espessura poética, não transparente, não evidente, não revelado completamente, o que não significa que dele se ausente a exuberância da luz. As muitas referidas sombras, apenas como atenuante ao contraste com a luz, revelam a intensidade do material de que é construído, e visualizamos no espaço por entre os degraus, nos ‘vãos’, a contemplação do mistério da encarnação. E cada degrau, parecendo desfazer um mistério profundo, clama por ser descoberto. Ou conquistado. E somos todos levados, pela doutrina da elevação, aos degraus mais altos da íntima união com o Amor de Cristo.

    E a Poesia ganha, através dessa experiência amorosa, o poder de iluminação, sem excesso ou carência, e como uma Luz, ilumina uma nova esperança, garantindo, além de um equilíbrio espiritual, um novo modo de existência.


    Boas Festas!

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