terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Asfixia


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Asfixia!...
Aquele abraço com imensos braços da alegria,
Antes  da fuga espavorida, esbracejada a esmo,
E todas as promessas intensas em demasia,
Como viver antes da morte, em agonia,
    Morrendo sempre pelo mesmo!...

Mais, sempre mais, o céu,
Todo o inferno, o corpo em chamas e a alma,
Banhos em flores asfixiadas, lágrimas floridas, um véu, 
Perfumes cativos exalando essências do pranto e da calma,
Os afagos, a transparência, as mãos prisioneiras da palma,
Os dias nervosos, todos os dias, rezados num só dia...
O diabo, a tentação e a prece sob a prece,
Pedra sobre pedra e o ritual crescente, 
O calor do Sol que o desejo arrefece,
A penumbra envolvente que desce,
A memória da sombra que crescia,
A construção de um mundo só seu e permanente,
Ovais obedientes, fechando-se à inevitável profecia,
A tendência oclusa e a oclusão que para dentro de si tendia,
A liberdade de libertar-se do corpo exterior, suave e incoerente,
O ovo a fechar-se sobre a incoerência, suavemente,
Em plenitude perfeita e singular harmonia,
A consciência da obsessão inconsciente,
O sacrifício da luz e a luz sombria,
A sensação fechada da mente,
E o clique, de repente...
     Asfixia!...

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