terça-feira, 12 de novembro de 2013

“Cookie”, a Pequena Gata Preta

.
.
.


Jamais saberei,
Porque esperou que eu passasse,
Quase tropecei,
Quase a adivinhei,
Talvez viesse à procura de quem a pisasse,
De alguém que a maltratasse,
Há superstições assim, cruzadas ao passar,
Leves passos negros, se em mim o medo ficasse,
Pequenos passos seguindo trôpegos passos que dei,
Como se não soubesse escolher os melhores passos a dar,
Que por entre alguns ziguezagues, atabalhoado, ziguezagueei,
Ai, dessa sorte rezada para que o azar não se atravessasse,
Bem à frente do destino que muito falte por atravessar,
Miada sorte de azarada cor que por sorte se fizesse,
Sorte vinda de um lado qualquer que a adoptasse,
E alguma sorte parda quisesse…
    Ou o cinzento do azar!...
Sem nada saber, disso, do amor ou amar,
Um pouco de carinho que bastasse,
E com alguma ternura se desse,
Em gratidão de um meigo miar,
Ou de um humilhante rastejar,
Arrastar-se e por arrasto se arrastasse,
Como se, com todo o orgulho, dissesse,
       É contigo que eu quero ficar!...

E ficou!...
Ai, este meu ser sem saber o que sou,
Este pensamento sem saber que pensar,
 Suspiro, e à graça daquele miado me dou!...
.
.
.



4 comentários:

  1. Aprender com animais
    é um acto de sabedoria

    ResponderEliminar
  2. "Quase tropecei,
    Quase a adivinhei,"

    Mas eles sabem tudo que pensamos...

    Tenho gatos e sei o quanto me entendem... Já eu... De limitada capacidade aprendo todos os dias como interpretá-los.

    Adorei teu poema!
    Abraço!

    ResponderEliminar
  3. Até o meu velho cão de barro

    se recusou a ser cão
    Abraço

    ResponderEliminar
  4. Vez em quando a gente se deixa levar pelos doces caminhos da saudade. E eles me trouxeram até aqui.
    Bom saber de você, assim, pelos caminhos da poesia.

    ResponderEliminar