sexta-feira, 26 de abril de 2013

... e o Sibilar das Avenas

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Invade-a um sono de aliviada,
Um beijo de novo e da brisa,
Deixa-se ameigar,
E indecisa,
Deixa-se beijar,
Pelo desejo que desliza,
Entre o beijo e o ser beijada,
E um desejo de ser desejada,
   Pelo prazer que dela precisa!...

Deita-se com ela a magia,
Da tardinha e o fim do afã,
Afagam-na o voo e as penas,
E o adejar suave da alegria,
O sibilar mágico das avenas,
E um desejo amaciado da lã,
Desvanecido na melodia,
Que se desvanecia,
   No cio despertado da manhã!...

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3 comentários:

  1. Suave e belo.
    Palavras bonitas, que juntas fizeram um belo cenário.
    abraço

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  2. Uauuu!!! quão lindas as palavras desenhando o desejo! Belíssimo!

    abço fraterno!

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  3. “... e o Sibilar das Avenas” explora as diversidades rítmicas sem desassossegar a fluidez da melodia, faz da experiência, poética ou não, um artifício orgânico para comunicar a afetividade e repousa serenamente sobre o toque delicado da poesia. Ou da pele.

    A dinâmica marcada pela conjunção aditiva “e” provoca pausas maiores na leitura e impõe um ritmo mais lento ao poema. Mas a intensa musicalidade apreendida no poema, e que tem origem no instrumento musical eleito que tem como característica principal o verbo “deslizar”, é quem sugere o movimento à poesia.

    Entretanto, o quê mais me chama a atenção neste poema nem é a história nem a temática, mas o voo que a poesia promove ao imaginário. O poema desliza em uma linguagem sensual e estimuladora de sons e ritmos que fazem as palavras vibrarem nos versos! De repente é como se d’Alma desse vida às notas musicais.

    E sou levada por sua significação. O sono, o sonho e o voo sugerem uma liberdade que aflora a pele produzindo uma espécie de eco, ou aroma, que se deseja prolongar por todo o dia.

    E o sonho ganha finalmente asas... a Poesia está no ar.


    Bom fim de semana, A.

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