terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Inocência da Luz

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Mais para o fim de um fim iminente,
No início dos princípios da iminência,
Um pequeno ser de pureza tão luzente,
De entre trevas nasce-Se Luz inocente,
  Dada à luz pela mais sagrada evidência,
De não ser culpado pela sua inocência,
     Condenação judaica de culpa evidente!...

Somos n’Ele todos nós como iguais,
Nascidos nus de todos os pecados,
Nus até à Alma de comuns mortais,
E por mortais comuns degenerados,
Cientes de virem a ser consagrados,
   Por vícios de vulgaridades normais!...

Mas se somos n’Ele de igual jeito,
A nua inocência condenada à culpa,
    Traremos nossa culpa presa no peito!...

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2 comentários:

  1. Crepuscular, e no recanto da intimidade, a serenidade da expressão cristã, ali onde o Menino Jesus habita, a “Inocência da Luz”, e o objetivo poético torna-se luminoso.

    Entre a história inocente e o futuro duvidoso, o presente poético emana da chama, a ser estrela e guia, luz incandescente. A limpidez da linguagem e a precisão dos versos evocam e suscitam a sensibilidade da noite. Ou do dia. O poema como exercício da memória e a analogia da fluição da inocência no encontro com a iluminação [“Um pequeno ser de pureza tão luzente, / De entre trevas nasce-Se Luz inocente,”], ouvido como se fosse um sussurro, ou uma estrela surpresa rasgando o céu por tanta luz. E paz.

    Não duvido. Não questiono. Transcende. Porque o verbo conjugado é sentir. Como uma prece que me toca e me envolve, revelada pela urgência da oração, e do encontro, sem Jesus não há Natal. Nem luz. Nem estrela. E estaríamos condenados para sempre às trevas.

    E penso o mesmo sobre a poesia d’Alma. Nela, tudo é visível. É coração e razão. Culpa e pecado. E remissão de pecados. Versos que desnudam. Para adiante vestir, ou revestir a vida de sentido sensível e iluminada de brilho. Ainda seja, às vezes, pela dor, mas sempre pela reflexão, e com amor. Muito amor.



    Boas Festas A.

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  2. «Somos n´Ele todos nós como iguais//Nascidos nus de todos os pecados.»

    Como se esta partilha da nudez,pela condição indistinta do ser humano,fosse a essência da natureza que a Ele nos liga,transformando o ser Criador no ser criado.

    Na musicalidade nascida ao ritmo do poema,a inocência e a culpa do ser criado,perante a transcendência da Criação.

    Belo texto,nascido duma reflexão madura sobre o MISTÉRIO DO NATAL.Algumas dúvidas...e as muitas certezas do Autor.Em relação ao princípio e ao fim da humanidade,prisioneira de castigos ligados ao pecado original.

    O meu abraço,A.

    Aurora

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