terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Porém...

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O fim do Amor,
Acaba com o perfume das flores,
É como se...
Ao cortar uma flor,
Caísse no coração uma semente de dor,
      E se colhessem todas as dores!...

Porém...
É no jardim da Alma que refloresce,
   O Amor que por ela mesma, flor se merece!...
 .
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3 comentários:

  1. é como uma criança
    sufocar um pássaro nas mãos

    e desenhar no chão a dor
    que sentimos

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  2. “Porém...” tem a aquele jeitinho, especial, que só d’Alma tem de fazer a poesia fluir numa paisagem ao falar sobre responsabilidade, mérito e demérito, como uma escolha entre um beijo ou um abraço, que tanto conforta, quanto abriga.

    Mas, diferente de outras vezes, ou de outros poemas, ao falar sobre esse merecimento, nesse jeito de olhar poeticamente a vida que o cerca, combinando a natureza e rimando ‘Amor, flor e dor’, sempre atento às suas significações, sou levada à minha profissão, no desempenho de minhas próprias atribuições, algo que não me pede nem licença, nem favor para acontecer. E acontece.

    ‘d’Alma’ é um homem de dores e sentimentos. Profissionais da saúde também.

    Seus poemas abrem feridas, às vezes provocam verdadeiras hemorragias, e no desfecho, a garantia da hemostasia, costurando a carne e o espírito, ou a alma. Então, de alguma forma me aproximo dessa arte e me comparo a ele.

    Ambos nos empenhamos em cuidar de feridas.

    Sua serenidade, sua objetividade e o tratamento que dá aos seus poemas, elevando-os à categoria de uma poesia que sente e vive a dor ou o prazer, o beijo ou o tapa, a vida ou a morte, como sendo sua, o torna o melhor dos profissionais. E diferentemente de mim, independente da área de sua atuação.

    Muitas vezes ao cuidar de um paciente achei que também cuidava de mim. Não sei se a poesia tem esse poder. Não sei sequer se há feridas no escritor. Mas sei ou sinto que sua vontade de propor a cura ou o alívio, supera qualquer expectativa.

    Também não sei, ou se sei, nego, se me sinto digna de algum merecimento nessa vida, mas é a poesia [“Amor que por ela mesma, flor se merece!...”] quem me faz acreditar que não importa muito o que eu penso, ou digo, ou nego. Importa a qualidade de vida que escolhi para mim e que antes desse merecimento passar pelo jardim do meu vizinho, ou aparente amigo, ou parente, ele deve ser cultivado no meu próprio jardim.


    ¬

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