segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Votos... de Espuma

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Como foi Natal,
Tempo de hipocrisia e coisa e tal,
Ofereci por aí mãos cheias de nada,
E outras de coisa nenhuma...
Todos sabem que a crise é só uma,
Qualquer coisinha que nos foi rapinada...
Imaginaram-se o melhor espumante
                                                                             e a espuma,
Explosão de um fazer de conta petulante,
Feito de efeitos em feitios de fachada,
Celebrados pela agitação desejada,
Da nossa sede que se esfuma,
Salivando a palavra embriagada,
Na cuspidela que se acostuma,
À boca que a sinceridade desarruma,
No despacho de mais uma Natividade celebrada!...

Já ninguém valoriza a crise de valores,
Na preguiça desta sociedade desumanizada,
    Desvalorizada por quem jamais morrerá de Amores!...
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2 comentários:

  1. Se alguns votos eu pudesse lhe desejar para 2012, seriam votos de menos amargura, de menos chatice, de menos rancor, de menos abuso...desejaria mais amor no seu coração, mais doçura na sua alma, mais paz no seu espírito, mais tranquilidade na sua mente, mais carinho na sua pele....desejaria ternura, sorrisos, afetos, afagos...desejaria muitos beijos e muitos abraços desses que deixam os olhos vendo o mundo mais belo mesmos diante das crises e que deixam as atitudes com mais sorrisos, e as palavras com menos fel....mais meus votos seriam de espuma diante deste mar de amargura que lhe aflige.

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  2. Ao som de um tiro da garrafa do espumante saboreio mais um poema d’Alma que tem na ironia todo o charme da poesia concreta, marcado pela desilusão, pelas diferenças sociais, pela hipocrisia e pela ausência de responsabilidade, chamando a atenção à grave crise dos valores que se inverteram à custa de um prazer individual.

    Desdobram-se imagens e o mundo é de ilusão. O silêncio dos versos pontuados pelas reticências representa a impossibilidade da comunhão que não atende ao apelo da compreensão. Não me engano, não há vítimas, somos todos culpados. “Votos... de Espuma” é um exemplo de como a poesia, inversa, influindo sobre a realidade, pode representar uma arma de luta no compromisso social de um fazer poético que não pensa em si, mas no coletivo.

    A mensagem final é da consciência social. Do combate e da possibilidade para a configuração de um mundo não tão desigual. De braços abertos o wallpaper sinaliza o espumante, sem espuma. Há luz. Há uma legenda. Tão rápido a alcanço e ‘A.braço’. A lição não é dos versos. É da arte do caráter que sensibiliza respeito pela humanidade. Amor maior não há. Poesia melhor também não.

    Eu brindo.

    Feliz 2012, A.


    ¬

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