sábado, 1 de outubro de 2011

Eterna


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O tempo amaciado de quietude,
Adormece calmo o medo da idade,
Aos velhos berços de perpétua saudade,
São eternamente sonegados anos amiúde,
E antes que a inevitabilidade perdurável mude,
Há vedores que descobrem a eterna felicidade,
Com perenes varinhas de sua mocidade,
Afogadas na fonte da juventude!...

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3 comentários:

  1. ESCRITOS

    teus versos: escritos
    abertos retalhos talhados
    em branco papel branco

    com um significado preciso
    precioso: por hipótese

    também assim meus versos
    Assim

    Abç
    F

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  2. Na tranquilidade da unicidade emocional [“O tempo amaciado de quietude,”] o poema “Eterna” desmitifica a ideia de finitude e da angústia próprios ao envelhecimento e nos mostra como é possível envelhecer sem sofrimento.

    A dinâmica temporal não é marcada pela esperança, mas pela conformação da velhice [“Adormece calmo o medo da idade,”] através da manutenção das experiências adquiridas, aprendendo a conviver de maneira pacífica e ressignificando os danos que o novo ciclo de vida necessariamente impõe. A saudade representa ausência [“Aos velhos berços de perpétua saudade, / São eternamente sonegados anos amiúde,”] e as lembranças não passam de consolo. A lição é poética, mas é também de vida, é na iminência da morte que a vida pulsa [“E antes que a inevitabilidade perdurável mude,”].

    A água representa a purificação, regeneração e sabedoria [“Há vedores que descobrem a eterna felicidade, / Com perenes varinhas de sua mocidade,”]. A poesia não convida, intima: O segredo de envelhecer está em conservar a ‘eterna’ juventude [“Afogadas na fonte da juventude!...”].

    Há poemas que nos abraçam. Não estamos condenados ao exílio.


    ¬

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  3. ....a carne suspensa [agora] no tempo, alisando contornos lancinantes da varinha-mágica...


    O beijo
    e
    Bom Domingo

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