domingo, 11 de setembro de 2011

Valquíria Submersa


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Cercada por lágrimas em revolta,
Sou doce ilha em aberto Amar salgado,
Navego à deriva por valquírias envolta,
Perseguindo o sonho do guerreiro sonhado,
Que rejeito sem medo por medo infundado,
Onde afogo meu submerso amor emergido,
De um abismo de sal pelo amor perdoado,
Mensageira só de um sonho perdido!...

Valquíria de Odin quisera eu ser,
Mensagem dos deuses e tua escrava alada,
Quisera eu lamber os corpos da espuma suada,
Saboreando sal grosso da salgada espuma penetrante,
Voei entre mergulhos conquistando jovens tronos de poder,
Abracei a força de Neptuno e fiz-me sua doce sereia encantada,
Cantei azuis marinhos e dancei com sensuais algas de prazer,
Montei cavalos-marinhos e unicórnios de mágico semblante,
Iluminados pelo sol de minha vaidosa adolescência delirante,
Delírios felizes que a memória se vai esquecendo de viver,
Dispo o manto de mar que revela meu corpo escondido,
Ausente de si, ausente de mim e pela ausência possuído,
Vai desistindo da Vida, vai entardecendo o amanhecer!...

Sou uma ilha deserta e salgada,
Retalhada por infinitos pensamentos,
Sou arquipélago de todos os momentos,
Por tempestades de lágrimas açoitada,
Que impelem minha dúvida sagrada,
Atraindo-se num só, mil fragmentos!...

Sou Mulher que voa, nada e rasteja,
Sou valquíria e sereia que Ama e não deseja!...
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