quarta-feira, 9 de março de 2011

(in)Gratidão...




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… Tão ingrata a gratidão,
Que impõe a lei de seu trato,
Antes da obrigação de ser grato,
Obrigando o ingrato por indução,
A ser tão grato por ingratidão;
E assim vai cumprindo o contrato,
Contrafeito por obrigação!...


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8 comentários:

  1. Como eu gostei do seu poema!

    é verdadeiro demais!!!!

    "A ser tão grato por ingratidão;
    E assim vai cumprindo o contrato,
    Contrafeito por obrigação!.."


    PERFEITO!

    meu carinho!

    Zil

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  2. A imagem que serve de sobremesa [‘Maçãs desperdiçadas’] não é a mesma que alimenta. Há o tempo e este, excedeu-se ao tempo da colheita.

    E assim, “(in)Gratidão” faz-se poema e poesia na história que não é de amor, mas que não deixa ser grata à compreensão que desafia sua ilação.

    Não é fácil ser grato num mundo de ingratos. Assim como não é fácil ser ingrato num mundo de gratos. Não se sabe de que uniVerso procedeu a temática, mas sabe-se que para qualquer que seja, há a gratidão. E há a ingratidão. Um não existe sem o outro. Há o beneficiado e há o benefício e nem tudo se resume à cabal relação entre ônus e bônus [“Que impõe a lei de seu trato, / Antes da obrigação de ser grato”].

    Acostumados à auto-suficiência, não validamos critérios como dependência, ou inter-dependência de relacionamentos. A gratidão exige que a consciência admita a vulnerabilidade, da dependência [“Obrigando o ingrato por indução”], e inconscientemente refaz-se o percurso, inVersamente proporcional à rima: “A ser tão grato por ingratidão”.

    Não seria d’Alma se a consciência não exigisse depreender que a ingratidão por mais imoral que possa ser, seja passível de compreensão, “E assim vai cumprindo o contrato”, no combinado anterior que isenta qualquer vínculo de reciprocidade, porque o feito foi “Contrafeito por obrigação!...” e o resultado é e sempre será: Gratidão.

    E há o tempo, passado da colheita, este sim, o eterno (in)grato.
    ¬

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  3. Lendo o seu poema, me lembrei, que é sempre mais fácil sermos ingrato, que grato. Podemos ter toda uma vida para sermos gratos, porém basta um ato do outro que nos magoei, que esquecemos os motivos para ser grato, e logo logo, nos tornamos ingratos.

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  4. Nada dói mais nessa vida que a ingratidão...abraços de bom dia.

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  5. Bonito seu poema!

    A ingratidão, ou gratidão são irmãs gêmeas do merecimento.

    Mas há controvérsias!

    Porque antes dela há a consciência, e depois, a consciência. E se cada uma, ao seu tempo, convergem a favor ou contra uma de suas irmãs, nada que pareça ingrato pode ser necessariamente (in)grato.

    No merecimento, tanto de quem pratica, quanto de quem recebe.

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  6. Se pensarmos em termos como ‘ingratidão ou gratidão’, perdemos a simplicidade para ‘doar e receber’. O melhor então, é não pensar, e deixar acontecer, acontecendo.

    Boa reflexão!!

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  7. Belo espaço! Palavras fortes e muito verdadeiras.
    Se há algo na vida que mais me incomoda é a ingratidão, o mesmo será dizer, a falta de sentido de gratidão que tão bem me foi transmitida pelo meu progenitor e, a ele devo esse sentido tão apurado e que prezo no ser humano, mas que escasseia cada vez mais.

    Abraço

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