domingo, 23 de janeiro de 2011

Voto de Carneiro



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À frente dos doutos cajados,
Obedecem cabisbaixos os timoratos,
Sem orgulho e por pele de carneiro contaminados,
Vão pastando nos deveres cívicos desacreditados,
Gritando a cidadania da pele dos lobos cordatos,
Nos pastos promovidos por tão pífios ingratos,
Que tanto apelam aos votos acarneirados!

Procuram-se lobos com muita fé,
Para salvar o rebanho dos carneiros, mééé!...

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5 comentários:

  1. Aqui no Brasil, carneiros e lobos estão contaminados. Pelo poder, pelo ter. Pela desonestidade, pela apatia, pelo deixar-se contaminar cada vez mais.

    Escutamos é discursos que não são coerente com as práticas. Sejam dos cordeiros ou dos lobos.

    Realmente fica difícil escolher, porque os que se dizem cordeiros, estão com alma de lobo...é só o poder lhes vestir e logo as garras e dentes colocam de foram.

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  2. Meu caro POETA;
    Poema de excelência, muito bem conseguido; consentâneo com os tempos de bruma que se vive nesta coutada, onde o povo teima em andar de cócoras.
    Um forte abraço.

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  3. Belissimo poema,,,intenso e forte em palavras,,,meu amigo, obrigado pelo carinho de sua visita ao Livro, volte sempre que desejar,,,abraços fraternos de uma bela semana pra ti.

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  4. ENCONTREI VOCÊ NO BLOG DO MEU QUERIDO EVERSON.
    E GOSTEI MUITO DAS SUAS POESIAS A
    VERDADE TÃO AUTENTICA DE CADA UMA DELAS.
    cONVIDO A SEGUIR MEU BLOG JA ESTOU SEGUINDO O SEU.
    VOU TE ESPERAR SIM?
    UM BEIJO CARINHOSO ,EVANIR
    www.fonte-amor.zip.net

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  5. O cenário, conhecido nosso, é palco das eleições e o comentário, talvez, atrasado, mas não desatualizado. “Voto de Carneiro” é apresentado de modo crítico, na predileção diVersa do humor quando o tema é social, assim, desafia-se costumes e conceitos sociais, desperta a consciência social, quando não muito, modifica o comportamento habitual das pessoas.

    O ‘wallpaper’ ocupa o de lugar do dedo em riste e já é em si uma voz, na voz de outras vozes, silenciosas e surdas.

    Já não se fazem carneiros como antigamente [“Obedecem cabisbaixos os timoratos / Sem orgulho...”] e na passagem bíblica “Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores.” (Mateus 7:15) é perfeita à realização da mensagem poética que resiste à temporalidade e à uniVersalidade do poema.

    Para alguns o evento eleitoral é significante, muito que mais que um ‘feriado popular’ é um momento de legitimação de um sistema que aprendemos a desejar e de certa forma, a preservar, através da defesa cônscia de nossos direitos. Para outros “Vão pastando nos deveres cívicos desacreditados / Gritando a cidadania da pele dos lobos cordatos”. Infelizmente, para os dois casos, a realidade não muda o cenário triste em que nos encontramos: “Procuram-se lobos com muita fé”.

    A poesia d’Alma lembra-nos de que “salvar o rebanho dos carneiros”, proporcionando um conhecimento do contexto social que estamos inseridos e compreendendo que o presente é o reflexo dessas opções no passado, é “mééé!...”.

    Apenas, nada mais que uma maneira, engraçada, mas trágica, de contar carneiros, enquanto os sonhos não vêm. Porque nunca vêm.




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